sábado, 7 de fevereiro de 2015

08.02.2015

Acordei de madrugada com um pesadelo e não consegui dormir mais...a ansiedade me dominou completamente. É incrível como a insonia acaba com a gente!!! Peguei os resultados e não foram muito bons. Eu esperava que fossem melhores. Os rins estão trabalhando muito devagar...o fígado está aumentado por causa dos analgésicos que tanto tomei...problemas com tireoide (pela primeira vez)...o colesterol lá em cima. O problema do colesterol o médico definiu como 80% hereditário e 20 % sedentarismo. Mais uma herança do meu pai. Estou tomando 3 remédios fortes e o remédio para os rins acaba comigo (efeitos colaterais). Porém o que notei é que a minha alergia diminui bastante depois que comecei a tomar os remédios. Agora preciso me cuidar e, principalmente, voltar a comer. 
Na entrevista para TV houve uma pergunta que mexeu comigo, pois eu algumas vezes a fiz para mim mesma: como seria a minha vida caso não houvesse abuso? Acredito que todos que passaram por algum tipo de violência fazem essa pergunta. E mais uma vez digo que a violência emocional é muito pior que o abuso físico. Alias, é essa conclusão a que estão chegando os médicos e os psiquiatras. Finalmente. A vítima precisa ser vista sob todos os aspectos e ter acompanhamento psicológico desde o início (o que ainda não acontece). É lógico que a minha vida seria diferente...100% melhor...e mais produtiva. Precisei "arquivar" alguns dos sonhos e sei que não vou poder realiza-los. Tento ser realista o máximo possível, para não viver de mãos dadas com ilusão e expectativas. Outra coisa que não só percebi...como muitos perguntam: por que aguentei por tanto tempo? Sei que as pessoas não compreendem, mas somente aquele que vivencia a situação sabe dos seus limites. Eu vivia aterrorizada...tinha pavor do meu pai. E por causa do imenso medo, vivia anestesiada. Eu tentava lutar porém perdia todas as tentativas. E ainda havia o fato de querer proteger a minha irmã. Então não conseguia reagir. Quando vc tem uma mãe totalmente omissa e que te agride verbalmente o tempo todo, fica difícil ter uma margem para alguma reação. Assim mesmo, comparando com vários relatos dos sobreviventes da violência, eu ainda apresento uma certa vantagem. E é isso que me compele a continuar lutando.
Semana que vem espero que meu organismo se adapte aos remédios...que meus óculos fiquem prontos logo e assim poderei voltar para a comunidade que está quase totalmente abandonada. Apesar do desanimo que constantemente toma conta de mim, mantenho a esperança.
B.A


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