sábado, 28 de novembro de 2015

28.11.2015

Não chorei a madrugada toda. Após escrever aqui, fui me acalmando. Por isso os psicólogos e os psiquiatras sempre dizem que escrever é o melhor remédio...mais que falar. Não consegui dormir quase nada naquela noite. Menos de uma hora de sono e com pesadelo. Levantei sentindo muita dor de estômago e febril. E depois passou. Não penso mais na pessoa. Não sou de guardar mágoas...ressentimentos. Simplesmente ele foi embora do meu coração...do meu bem querer. Assim como o meu marido e várias outras pessoas. Muitos esquecem que os abusados sexualmente adquirem a RESISTÊNCIA E A RESILIÊNCIA. Foi por causa delas que sobrevivi até agora. E continuarei seguindo em frente. É claro que ainda estou machucada. Confiei muito nessa pessoa e acreditei no seu bem querer. Ainda bem que consigo vencer certos obstáculos e sei que não fecharei o meu coração ao amor. Só preciso de um tempo...
Meu filho acabou de sair...vai viajar de novo e novamente a solidão de um final de semana.  Vou acabar de escrever...desligar o netbook...ver TV e depois ler. Ainda não estou me alimentando direito e hoje estou com uma dor de cabeça leve, mas chata. E sei que é por falta de comer.
Tenho caminhado bastante esses dias. Outro dia andei na chuva, com raios e trovões (odeio, pois tenho medo). Mas venci o medo e fui caminhar...pois por causa do tempo mais ameno, minha respiração torna-se mais fácil. Quinta, meu filho me convidou para almoçar num restaurante japonês (com o dinheiro dele). Apesar da nossa relação tensa, saímos. O almoço foi super gostoso. Depois ele me convidou para dar uma volta no shopping. Fui, para ver a decoração de Natal (da qual não gostei). E depois combinamos de visitar minha mãe. Antes passamos por uma praça que fez parte da minha infância e da infância dos meus filhos. Às vezes passo por ela, mas fazia cinco anos que não me sentava ali. Sentamos e pude curtir o som dos pássaros...o entardecer. Me fez um bem enorme!!! Caminhamos por cerca de duas horas (já descontando os descansos) e ao chegar em casa estava me sentindo super bem e calma. Ontem andei sozinha, mas estava muito quente e não deu para caminhar muito. Aos poucos, vou saindo do casulo...me libertando das amarras que tanto me prendem em casa.
E por falar em Natal cada vez mais, eu que AMO o Natal, estou me desinteressando da data. Isso é devido ao stress...à depressão. Sempre montamos nossa árvore em outubro, mas esse ano não montei ainda e nem sei se vou ou quero montar. Aliás, nem sei e nem imagino como será esse Natal. Só eu e o meu filho...Bom, esse ano será assim e no ano que vem com certeza será diferente. Porque nada melhor que o tempo para curar nossas feridas e mostrar novos caminhos.
B.A

RESISTÊNCIA: Defesa contra um ataque...Oposição, reação, recusa de submissão à vontade de outrem..."Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo." (Mark Twain)


RESILIÊNCIA: A resiliência é um aspecto psicológico, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações.




terça-feira, 24 de novembro de 2015

25.11.2015

Nesse exato momento meu coração está simplesmente dilacerado. Sim, a culpa é minha. Acreditei numa pessoa que me procurou...que insistiu...que disse que gostava de mim e queria me ajudar. E eu acreditei e de certa forma acabei me entregando e me abrindo. Chorei muito...estou chorando...e vou chorar a madrugada toda. Resolvi não tomar o Rivotril para sentir bem a dor...para digeri-la completamente. Mais tarde vou levantar com olhos inchados e dor de cabeça. Para isso há o banho gelado e analgésico. E depois vou continuar em frente. Não foi a primeira vez e nem será a última. A vida é isso: vivendo e aprendendo. E espero ter aprendido bem essa lição. É muito triste você acreditar no bem querer de uma pessoa e descobrir que ela estava brincando com os seus sentimentos. Infelizmente tem gente que confunde a fraqueza com fragilidade. Sou frágil sim, porém não fraca. Não após 25 anos de abusos físicos e mais de 30 anos de abusos emocionais. Hoje essa tal pessoa pode até estar comemorando o mal que me causou. Vou sofrer uns dias e depois vai passar e, invés de ficar o bem querer por essa pessoa que até me ajudou emocionalmente, vai prevalecer o asco pelo jeito que me tratou. Disse que tenho uma vida medíocre. Sim, nesse momento tenho. Problemas com o fim do casamento e com os filhos. Mas a vida medíocre pode mudar para melhor...melhor que essa pessoa medíocre, já que o caráter dela já está moldado. Se me arrependo? Não. Toda experiência é útil na nossa jornada. Qualquer pessoa que passa na nossa vida tem uma razão para isso. O essencial é como essa pessoa vai ficar no nosso coração e no nosso pensamento. 
B.A

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

16.11.2015

A crise de ansiedade ainda está forte...parece um carma!!! Só que agora agravou com forte dor na  nuca que é pura tensão. Faz tempo que não sentia isso. Dor de cabeça de tensão sim, porém dor na nuca não. Lembro que senti tanto em Porto Velho que foi um médico de lá que me "apresentou" o Rivotril. Ele não sabia nada sobre os abusos. Quando ele deu um comprimido e a receita, eu estava trabalhando e ele pediu que eu voltasse para casa. Eu não quis...tomei o remédio e senti um certo alívio...mas não sono. Vários médicos ficaram abismados com a falta de reação do meu corpo (eu não pude contar que meu pai, para me manter calma, me viciou em Lexotan). O que eles não sabiam, não imaginavam é que tantos anos de abuso já tinham feito o seu estrago. E nesse momento presente da minha vida...após vários anos...voltei a sentir muita dor na nuca. A dor de cabeça é leve...suportável. Mas a dor na nuca "acaba" comigo, pois mal consigo mexer a cabeça. Por isso eu sempre digo: as consequências de um abuso sexual nunca terão um fim. Quando vc menos esperar, elas reaparecem. Queria ser pessimista e não realista em afirmar que vamos carregar isso até o fim da nossa vida. Fico cética quando algum abusado diz que está totalmente curado. Muitos usam o nome de Deus. Mas esquecem que o alívio pode durar anos, mas em algum momento a dor vai voltar. Pois a violação do corpo passa...essa dor...esse nojo...ele passa sim. Mas quando os seus sentimentos são violentados, é para vida toda. Podemos ficar anos sem nos lembrar do abuso e aí o emocional começa a surgir de uma forma negativa. Porque não são somente os sentimentos. São também os nossos sonhos...desejos...o nosso potencial que são atingidos e ficam alterados. E isso dói e muito. Vc sonhar com algo durante boa parte da sua vida e ter de desistir por causa da depressão é horrível. Então quando vc consegue se estabilizar emocionalmente e tenta retomar os sonhos, a depressão volta muito mais forte e não te resta mais nada, além de se conformar...chorar e sofrer muito...e depois seguir em frente. Muitos não aguentam essa pressão e se matam. A ideia da morte é altamente atraente, já que mesmo sabendo das consequências como Espírita Kardecista, muitas vezes não sei o que é pior: aguentar o inferno aqui ou no Plano Espiritual. Ali pelo menos eu sei que há o perdão...que poderei me redimir. Aqui é a imensa solidão...
Se não me engano foi no dia 27/10 que coloquei aqui os meus sentimentos em forma de um escrito meio que estória. É como eu me sinto e pretendo terminar o Blog de Depoimentos com ela. Pois é assim que me sinto...muitas vezes não há muita esperança. Desconfio que a depressão está se instalando novamente. "Olá, Bya, eu fui para te deixar descansar mas senti saudade e voltei!!!". Só que dessa vez não vou tomar mais fluoxetina. Meu organismo está totalmente intoxicado por tantos remédios...não quero mais. Estou tão para baixo esses dias (essa crise de ansiedade está minando todas as minhas forças físicas e emocionais) que não faço mais nada. Não tenho vontade de postar no face ou na comunidade...deixei de ler. Ligo a TV e fico vendo qualquer coisa, só para me livrar dos pensamentos sombrios...Sinto, que aos poucos estou desistindo de mim mesma...sinto que estou perdendo as minhas forças. Nunca me senti tão só!!! Queria poder dizer que amanhã é um outro dia...o triste é que pressinto que não houvera mudança nenhuma. Nesse momento exato a minha determinação em continuar...em vencer...estão zeradas.
B.A

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

12.11.2015

Uma forte crise de ansiedade impediu-me e impede de escrever esses dias. Fazia tempo que eu não tinha uma crise tão forte assim...associada com forte insônia. Muitas coisas ruins acontecendo...mas aconteceram coisas boas também. Algumas pessoas me magoando emocionalmente...e mesmo eu não permitindo ou evitando em permitir...já foi...e a mágoa fica. Quase não tenho saído de casa...a crise é forte...juntamente com a precária alimentação e falta de sono provoca um tremor enorme nas mãos, dor de cabeça e tontura. Voltei a respirar com dificuldade. Passo de 30 a 39 horas sem dormir e durmo apenas 3 para o ciclo recomeçar. Até comprei o Dormonid, pois não tinha nada para dormir em casa e acabei encontrando a receita. Como já me acostumei com a insonia, procuro não tomar nenhum remédio, já que de nada adianta. Então encontrei a receita na bolsa com data em branco e comprei. Não adiantou...mas fiz a tentativa. A única coisa que me resta é ter paciência e esperar a crise amainar. Não adianta ficar me cobrando...brigar comigo mesma. Não melhora a situação. Então tento driblar de alguma maneira essa crise tão inesperada e forte. Só espero melhorar em breve.
Eu e o meu filho estamos bem. A depressão cedeu e ele voltou para as atividades do seu dia a dia. Fico mais aliviada. Estamos sempre conversando e vejo que ele está "crescendo" emocionalmente o que é muito bom. Eu e minha filha mal nos falamos. Ela continua descontado as frustrações dela em mim e isso me faz muito mal. Nunca me manda um recado...diz umas duas frases ao telefone e é só. Vai fazer 3 meses que não a vejo. Agora está sempre viajando para Brasília e acho que poderia me visitar. Porém essas coisas não se forçam e o jeito é me conformar. Um dia de vez é o meu lema. Ou seja, amanhã é um outro dia e nunca se sabe o que pode acontecer nos dois sentidos (o bom e o ruim).
B.A

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

03.11.2015

São duas e meia da manhã. Já dormi as minhas 3 horas e agora estou totalmente acordada. Nessas últimas duas semanas certas circunstâncias...situações...pessoas...ansiedades fizeram com que sentisse (e ainda sinto) uma forte dor de estomago...ou seja: gastrite nervosa. Faz uns 27 anos que não sentia isso. Sei bem como é...pois por causa do abuso sexual passado por tantos anos e muito nervoso e ansiedade, aos 12 anos os médicos já encontraram o problema. E antes disso eu já apresentava os sintomas. Da última vez, o médico disse que se eu não me cuidasse (estava com 21 anos), faltava pouquíssimo para chegar a úlcera. Semana passada fiquei de cama, literalmente, por 4 dias. Muita dor...incomodo. Mas como passei muito nervoso, o remédio quase não fez efeito. Começou no domingo a duas semanas e na quinta da semana passada eu ainda estava péssima. Mas na sexta precisava, além de dar aula, fazer um montão de coisas. E fiz!!! Também andei muito...muito mesmo. Nesse dia fiquei feliz comigo mesma. Porém no final de semana não estive bem e agora, antes de ligar o net, precisei tomar o remédio. E é claro que a minha alimentação está lastimável, para não dizer coisa pior...A única coisa boa é que estou conseguindo descansar mais, dormir um pouco à tarde. O corpo não está tão tenso assim. O triste é que a depressão do meu filho voltou. Uma semana sem ligar o celular...sem falar com os amigos...sem sair de casa...terminou com a namorada...não come...dorme demais na hora errada. Eu espero de todo o coração que ele melhore logo. Mil vezes ver meu filho atrevido e a gente brigando que pálido e desanimado. Sexta de manhã minha filha foi convidada para ir a Brasília. Meu marido foi junto para proteger a filhota (fato que ela não curtiu muito, mas após tantos acontecimentos na cidade, achei bom). Aproveitaram bastante mesmo...porém ontem roubaram o seu celular. Eu fiquei triste por ela, por ter perdido todas as suas coisas e contatos, mas ontem ela já me ligou de Sampa e disse que somente perdeu as fotos de Brasília, já que existe uma tal de "nuvem" e está tudo armazenado ali (eu e a minha ignorância total sobre a informática...rs...).
Semana passada também me senti magoada com algumas pessoas. Não sou de guardar mágoa, mas há situações extremamente desagradáveis e o que faço é tentar me manter longe dessas pessoas. Não existe coisa pior que ressentimento e eu prometi e tenho cumprido a promessa de me manter longe desse sentimento tão negativo. Não entendo porque as pessoas sentem prazer em nos machucar ou nos ignorar sem motivo algum...A única coisa que posso fazer e faço é me proteger ficando longe dessas pessoas. 
Espero voltar a comer e me alimentar melhor, pois não quero fazer endoscopia e outros procedimentos. Então para isso, preciso cuidar me com alimentação adequada, comer mais do que uma vez por dia, controlar o nervoso. Tentarei fazer isso...preciso ficar bem!!!
Anteontem conversei muito com o meu filho (estamos numa fase boa...de paz). Expliquei a ele que não há mais casamento (no que ele concordou) e que tanto eu...como o meu marido merecemos uma segunda chance de sermos felizes. O companheirismo e a amizade que sinto pelo meu marido nunca desaparecerão e o fato dele sempre dizer que me ama é mais por hábito, pois o amor não é demonstrado em palavras e, sim, em atos. Disse ao meu filho que não se preocupasse...que eu ficaria em Ribeirão até que ele se estabilizasse na vida...mesmo no ano que vem ele completando 18 e mesmo que ele for morar com os amigos, estarei aqui para apoia-lo no que precisar. Quero vê-lo terminar os estudos...trabalhando e aí sentirei que cumpri uma parte da missão materna (pois mãe é para vida toda) e aí sim, poderei pensar em mim e talvez numa nova relação. Mas meu filho vem em primeiro lugar (meus filhos...mas a minha filha já escolheu o seu caminho e meu marido cuida muito bem dela). Paciência...fé...esperança. Como sempre!!!
B.A