sábado, 30 de maio de 2015

30.05.2015

Ansiedade e stress...é assim que tem sido nos últimos dias. Sem dormir direito e comendo uma vez por dia (e muito pouco). O pouco que durmo continuo tendo aqueles sonhos hiper realistas, que me fazem acordar com taquicardia, como agora. Tenho tomado um Rivotril à noite e o outro eu deixo para manhã...aí entro na net ou leio, esperando o efeito. Outro dia sonhei que meu pai estava tentando abusar de mim. Faz anos que não tenho um sonho desses. No sonho, eu virei pra ele e disse que se ele encostasse em mim...iria começar a gritar pedindo socorro e ele parou assustado. Mais tarde refleti sobre o sonho e percebi que só foi possível a reação por causa que antes não havia a quem recorrer e hoje em dia eu tenho a comunidade e outras comunidades a quem posso recorrer e também delegacia de mulher. Foi bom saber da força que eu tinha e tenho (chance de ser socorrida e ajudada). Sonhei que eu estava com a idade atual. E como sempre os meus sonhos são tão realistas que hoje sonhei que estava comendo coco...senti todo o sabor e a textura. Muitas vezes acordo cansada e com ansiedade, porém não hoje, apesar do meu sonho não ter sido agradável e dormi somente 3 horas.
Já estou me acostumando com o barulho da reforma. Fazer o que? A reforma é necessária para o vizinho e ainda bem que me adapto a certas situações.
Quinta feira fui almoçar com o meu filho na casa da minha mãe. Agora já não há mais agressões entre nós duas, o que torna os encontros agradáveis. O triste...e muito triste e terrível foi saber, através dela, que minha irmã também foi abusada pelo meu pai. Minha mãe conversou sobre o meu abuso com ela porque estava angustiada, um ano e meio sem dormir (após finalmente aceitar o meu abuso e se sentindo super culpada pelo abuso emocional a qual me sujeitou durante anos) e queria saber se ela também passou por uma situação semelhante. Minha irmã confirmou, porém não quis contar quase nada. O abuso começou quando estava gravida da minha filha, em Santos e com a presença da minha mãe. Me senti um lixo e de início achei que tivesse falhado como pessoa e como irmã. Me sujeitei àquele monstro para ele nunca botar as patas na minha irmã. Sofri todos os tipos de abuso e, assim mesmo, não deu certo. Ontem liguei para minha mãe e perguntei se o abuso da minha irmã foi junto com o meu, pois a frustração que senti era enorme e chorei muito. Mas o abuso aconteceu uns 2 a 3 anos depois. Apesar de toda tristeza, sei que fiz o que pude por ela e enquanto estava por perto, protegi-a ao máximo. Talvez por isso que ela se distanciou de mim...sabe-se lá o que aquele doente comentava com ela. Quando ela foi para morar em São Paulo, por um tempo teve de morar com ele e ela contou para minha mãe que vivia com muito medo. Conheço essa sensação de pavor...solidão...e impossibilidade de pedir ajuda...indefesa. Mesmo assim ela me chamou de louca, mentirosa e de coisas piores. Pelo menos, dentro do meu ser, sei que fiz de tudo por ela. E sei que as consequências para ela não foram tão fortes. Pelo menos ela sempre teve o amor da minha mãe e também o meu. Mas vou esperar ela falar comigo...entreabri as portas do meu coração e quando ela quiser conversar estarei a sua disposição...Minha mãe tirou todas as fotos do meu pai do apartamento. Eu não falei para ela o quanto doeu o tempo que ela levou para admitir o meu abuso. Mas falei que a minha vida e a da minha família poderia ter sido diferente...mais tranquila...e mais feliz. É como eu sempre digo: a verdade, mais cedo ou mais tarde aparece...se revela. E que colhemos aquilo que plantamos. Que o diga a sociopata da irmã do meu pai, que juntamente com ele estragou com mentiras a nossa vida. Mas tudo bem, já foi e tenho que superar isso também.
O que está me deixando ansiosa e estressada é a mudança para São Paulo, pois estou fraca e são tantas coisas para resolver!!! Meu marido não vai poder estar...eu sei que a transportadora vai fazer tudo, vai embalar as coisas. Mesmo assim são tantos os detalhes...Se der tudo certo, até o meio de junho já teremos nos mudado (eu e o meu filho). O bairro para onde vamos é bom...residencial...sem prédios...meio quarteirão do trabalho do meu marido e da minha filha...meio quarteirão da feira (que saudade de uma boa feira)...perto de mercado e padaria. Meu filho está super animado e eu também. Chega de solidão!!! A casa é boa e acho que muita coisa vai mudar para melhor na minha vida e na vida do meu filho.
E por falar nele...ele é o mais novo (em idade) membro de um moto clube. Já está filiado e está feliz. Está mais ativo. Ontem, fomos dormir de madrugada e ele disse-me que refletiu sobre várias coisas que lhe aconteceram aqui em Ribeirão. Temos conversado e nos entendido muito mais e melhor...agora ele me procura para conversar e para pedir conselhos. Respondi que refletir é muito importante e mais importante ainda é aprender com os erros. A casa e nós estamos em paz e, apesar da minha ansiedade, cansaço e stress, tenho certeza que passarei pelo o que está vindo da melhor forma possível e que uma nova etapa vai começar na minha vida.
B.A

segunda-feira, 25 de maio de 2015

26.05.2015

São mais de duas da madrugada e a ansiedade não me deixa em paz, apesar de ter tomado o remédio. Acabei de jogar água no quintal...desisti de dormir...resolvi escrever...e depois volto para TV.
Dia 21 meu filho fez 17 anos. Saímos para jantar no seu restaurante preferido e ao voltar tivemos uma briga terrível...que continuou no dia seguinte. Foi muito triste para mim e para ele. Um stress só. Tudo por causa do moto clube que ele quer entrar e eu era contra, pois ele é menor de idade, o clube fica longe de casa e eu não queria que ele participasse, pois sei que vai beber e tenho medo também das drogas. Porém no dia 22 recebi o livro do meu amigo virtual (um ator super conhecido e premiado). Nesse dia fui dormir de madrugada e acordei duas horas depois. Então resolvi ler o livro (li em poucas horas...já que tenho leitura dinâmica), que é maravilhoso e me fez refletir sobre muita coisa...me redescobrir e me reencontrar em certos pontos. Há livros assim, que fazem vc repensar certas coisas e que no final te deixam mais leve e decidida. Uma vez dei o livro "Comer, Rezar e Amar" para uma amiga que estava passando por momentos difíceis. Até hoje ela me agradece, pois mudou sua vida. Eu também li o livro e gostei muito, mas não a ponto dele me modificar. Esse livro que li na madrugada do dia 23 não é de auto ajuda...é mais uma biografia ou como define o autor: uma viagem. Fiz a viagem com ele e através de mim mesma...e no dia 23 me senti diferente, mais forte e menos crítica. Resolvi deixar meu filho participar do moto clube e estou sempre ouvindo o que ele me fala a respeito do mesmo. Então, nessa manhã (no dia 23) eu levantei e dei um beijo nele...selando nossa paz. E no domingo senti uma paz enorme  dentro de mim...muita força e esperança. E com isso, parece que atraí sorte...resoluções positivas...e, principalmente, eu e meu filho estamos super bem...amigos mesmo.
Além de todo o abuso físico e emocional que sofri, fui criada por um psicopata e uma cientista...ou seja...não podia demonstrar minhas emoções. Toda família do meu pai é cheia de cientistas e doutores, então precisei me fechar e não demonstrar os sentimentos. Em vez de carinho, recebia dinheiro dos meus pais. A palavra "psicóloga" era mal vista...depressão era frescura. Desde pequena me condicionei a ser dura e crítica, fato também que se deve de ter sido criada até os 10 anos em Moscou ou Rússia comunista. Com o tempo adquiri a resistência e a resiliência necessárias para sobreviver. Jamais vivia relaxada. Era dura com os outros e, principalmente, comigo mesma. E após o nascimento dos meus filhos continuei sendo dura com eles também, apesar de sempre ser uma mãe amorosa e amar incondicionalmente os meus filhos. Somente esse ano é que aprendi a abraça-los sem sentir vergonha e a dizer o quanto os amo do fundo do meu coração. E o livro me trouxe outras possibilidades: a principal de todas é não sentir vergonha de demonstrar os meus sentimentos...ir em frente, apesar das dificuldades e aceitar o fato (e é realmente um fato) que criei os meus filhos para o mundo e preciso acreditar na capacidade deles de vencer os obstáculos, mesmo aqueles que eles mesmo criaram para si.
Agora preciso aprender a me respeitar...me amar...e também acreditar na minha capacidade de vencer (vencer a mim mesma e tudo de mal que criei para mim).
B. A


domingo, 17 de maio de 2015

18.05.2015

Insonia + cansaço + ansiedade = nada de bom!!! E foi assim que vivi essas duas últimas semanas. O cansaço chegou a ser surreal. Pouquíssimas horas de sono por dia e os sonhos altamente realistas. Acordo com dor de cabeça e a musculatura toda tensa. Passei a sonhar com o meu pai de novo...toda vez que adormeço. Nem nos sonhos ele é uma ameaça novamente, mas queria parar de sonhar com ele. O mais triste é que criei esse diário exatamente para desabafar, porém em vez de escrever, fico me martirizando com os pensamentos nas horas insones. Eu deveria escrever e não ficar remoendo certas coisas...Quinta feira já eram quatro da manhã e ainda não tinha dormido. Deu uma vontade grande de escrever, mas o cansaço era tanto...fora saber que se ligasse o pc não dormiria mais...que preferi ficar deitada. Mas os pensamentos não me deixam em paz. Estou tão cansada que passei um dia inteiro de cama e ontem meu filho perguntou se eu tinha tomado o remédio (Rivotril), mas eu não tinha. Ele disse que eu estava "grogue" (fui a pé com ele ao supermercado). A ansiedade é tão forte que estou fazendo mais uso do remédio e tenho sentido taquicardia, falta de ar e dor no peito. Procurei um médico que aumentou a dosagem do remédio para a tireoide e tenho me sentido mais ativa. Domingo passado também fui, com o meu marido, ao supermercado e fomos e voltamos a pé...coisa que eu não fazia a muito tempo. Também estou procurando me alimentar melhor. Nem sempre consigo...porém não deixo de tentar.
Meu dia das mães foi muito bom...maravilhoso!!! Minha filha não podia vir, mas fez uma enorme surpresa aparecendo no sábado bem tarde. Foi o melhor presente que já recebi no dia das mães. Domingo, dia 10, também foi aniversário do meu marido e passamos um dia excelente em família. Pela primeira vez fiz uma homenagem para minha mãe no face.
Sexta agora ela voltou da Alemanha. Ainda não nos vimos, mas temos falado por telefone diariamente e sem agressões verbais...sem brigas. Devo vê-la  agora no dia 21, que é o aniversário do meu filho.
Meu menino vai fazer 17 anos...porém será para mim sempre o meu menino. Aos poucos ele está vencendo a depressão e as dores. Tem "ficado" com uma menina e faz planos para o seu futuro. O chato é que trocou o dia pela noite, o que piora a minha situação e é por isso que ando tão cansada. Pois preciso ter certeza de que está se alimentando direito e muitas vezes ele sente dor. Apareceu uma alergia forte na perna e nas costas e precisou usar uma pomada com antibiótico. Ele sentia dor...não conseguia dormir e quando dormia eram 17 horas direto. Acordava de madrugada e eu levantava junto, pois dependendo do estomago dele, precisava ver o que lhe fazia menos mal. Agora ele está melhor e eu fico mais sossegada. Graças ao remédio para a tireoide tenho feito muito mais coisas e estou começando a sair sem a motorista. Ainda falta muito para a perfeição e eu espero, aos poucos, chegar lá.
Ontem fiquei muito irritada e aborrecida com certas coisas que andam acontecendo na minha e nas outras comunidades. Fiquei triste e chateada, mas já desabafei com o meu marido e vou deixar para lá e nem tecer qualquer comentário aqui a respeito disso. Seria nada digno da minha parte e espiritualmente poderia parecer orgulho...
E na quinta feira da semana retrasada aconteceu um fato que me deixou perplexa, mas feliz. Fui ao supermercado com a motorista. Ela ficou me esperando e eu entrei com a lista e quando faço a lista, vou direto ao ponto...não fico olhando ofertas ou outros produtos. Naquela semana meu cabelo estava simplesmente maravilhoso, do jeito que eu sempre quis. E como a minha vaidade está no grau zero, não tenho usado mais maquiagem...saio sempre de cara lavada. Havia um homem super gato que não tirava olhos de mim e ficava me seguindo pelos corredores...sempre esbarrando comigo e sorrindo. É claro que não dei trela, mas por dentro fiquei maravilhada, pois isso não acontece comigo e não estou acostumada. E é lógico que minha estima aumentou e tem se mantido acima da  linha vermelha. Não contei a ninguém (estou contando agora), mas o cara era realmente muito bonito...
Meu netbook estava lotado de pelos de cachorros. Voltou com avaria na letra "L". Tenho que estar sempre tomando cuidado e relendo o que escrevi para minimizar o defeito.
Agora são mais de duas e meia da madrugada e escrever aliviou imensamente a minha ansiedade. Meu filho dormiu toda tarde e agora está vendo TV. E eu vou jogar um pouco de "paciência" e tentar descansar. Estou com os músculos muito tensos mas não quero tomar Rivotril, pois já tomei um à tarde e outro à noite. Tentarei não deixar a melancolia me dominar e tentar escrever mais, já que escrever é melhor que o Rivotril.
B.A

terça-feira, 5 de maio de 2015

05.05.2015

Muitos dias sem escrever...É como comentei com uma amiga ao celular (uma das poucas que eu converso): uma nuvem negra e carregada pairou em cima da minha cabeça e a tempestade desabou com tudo. Tudo o que podia dar de errado, deu. Meu cartão foi clonado...ontem fiquei sabendo que a atendente não mandou o outro e agora preciso esperar mais dez dias. Além de ter saldo e eu contava com esse dinheiro, foram gastos 600,00 reais. Compras pela internet...coisa que eu nunca faço. Agora, além de esperar por um novo cartão, também vou ter que lutar para recuperar o dinheiro. Mais ansiedade...
Meu filho conseguiu "acabar" com o meu notbook e agora com o netbook também. Ou seja, ficarei sem os meios para entrar na net por um tempo. Deixei ele usar porque fiquei com pena. Ele não está nada bem nem fisicamente e nem emocionalmente e esses foram alguns fatores determinantes para apressar a nossa mudança para São Paulo. Não estou nada animada, mas pode ser que seja bom...que seja para o melhor. Minha sorte é que sou facilmente adaptável às situações.
Fora isso, um monte de coisas quebraram na casa e também meu marido e minha filha estão passando por sérios problemas com a minha sogra. Tudo isso me deixa extremamente ansiosa...sem comer e sem dormir...tensa...e muitas vezes sem esperança. Só quero...desejo imensamente a PAZ. 
Mas houve um ponto altamente positivo: a visita da minha filha, que foi ótima. Foi um oásis no meio do deserto. Eu e meu filho nos sentimos muito felizes!!!
Sinto-me extremamente cansada. Talvez, aos poucos, está na hora de desativar a comunidade. Vejo tantas besteiras feitas por outras comunidades...tanta desunião...competição. Acho que as pessoas abraçam uma causa sem saberem direito o que é molestamento...pedofilia...abuso sexual...estupro...exploração sexual. Agora (nesse momento) é difícil eu explicar, mas assim que o meu pc estiver bom...faço questão. Abri a comunidade nunca como uma vítima (porém sabendo muito bem o que é ser uma), mas para ajudar as pessoas mais velhas deixarem de ser filhas e filhos do silencio. Lutar somente contra o fim da pedofilia é utopia. E como lutar contra a corrupção / drogas /violências doméstica e urbana. Não existe um meio de acabar com tudo isso. Porém existem os meios de prevenção. E não é discando 100, que muitas vezes não funciona. É conscientizando os pais, a comunidade e principalmente, as escolas (públicas e particulares). E é claro, também as crianças. Muitos e muitos esquecem que os abusados sexualmente crescem e muitos deles também partem para serem abusadores sexuais ou para a perversão de todos os tipos. Durante quase oito anos tentei conscientizar as pessoas e as comunidades sobre isso. Mas o apelo infantil tem mais força. As postagens sensacionalistas são as mais vistas e curtidas. Como naquela época que existiam jornais que publicavam todo tipo de matéria escrota (odeio essa palavra). O que adianta saber que um menino ou menina de 3 anos foi estuprada pelo vizinho e que o mesmo foi pego e linchado??? O que isso acrescenta na luta contra o abuso sexual? Pois não há depois nenhuma postagem se essa criança foi atendida por um médico e, principalmente, está sendo acompanhada por um psicólogo. Na verdade, mais filhos e filhas do silencio estão sendo criados e, infelizmente, futuros depravados, bandidos, abusadores e estupradores. A grande maioria não vai gostar do que escrevi...mas se colocar a mão na consciência...saberá que estou com razão. E é essa razão que tento passar em frente e, principalmente, ajudar. E Graças a Deus, tenho ajudado sim. Muitos deixaram o silêncio do lado através do meu trabalho e da minha comunidade. Não preciso me expor...ser escritora ou palestrante. Mas a cada mensagem ou e-mail que recebo onde está escrito: obrigada (o), hoje posso confessar que sofri o abuso sexual, para mim já é uma pequena vitória. Não importa se a pessoa escreve somente isso e diz que não quer falar ou se vai dar um depoimento ou não (tenho centenas de depoimentos não publicados). O mais importante é que deram o primeiro passo e a vitória maior é delas (es). Quando ajudo alguém, ajudo a mim mesma. Isso é um fato. Mas acho que já passei as ferramentas e não posso viver minha vida somente em função da comunidade. Prometi a mim mesma que aos 50 anos vou viver a minha vida. Sim, porque todo abusado ainda tem a sua vida pessoal e não deve descuidar da mesma. Aos poucos estou me afastando dos grupos e dos dois blogs. Devo depois fechar o perfil da Bya e deixar somente o pessoal (mas é claro que isso vai depender das circunstâncias...ainda vou completar 48 e, até os 50, muitas coisas podem e devem acontecer). Vou deixar somente a página, onde repasso muitas postagens sobre vários tipos de violência e com isso divulgo outras comunidades. E vou continuar com esse diário, através do qual faço a minha análise e como é visto por muitos, posso divulgar as consequências do abuso sexual.
B.A