terça-feira, 10 de maio de 2016

10.05.2016

No dia da última postagem (à noite do dia 20/04) sofri um desmaio e bati fortemente a cabeça no chão. Estava sozinha em casa. Lembro da força que precisei fazer para me levantar e voltar para cama. Somente na manhã seguinte vi o estrago: móveis e coisas derrubadas no chão...porta retratos quebrados...controles remotos abertos, sem as pilhas. Além da cabeça, uma mesinha dobrável caiu na minha face e machucou o osso ocular. Machuquei seriamente o braço esquerdo. No dia 25/04 caí novamente, colocando o osso da perna fora do lugar...caí de novo em cima do braço esquerdo que ficou preto, porém não houve fratura. Até hoje sinto muita dor e tontura. Diagnóstico do médico: stress profundo causado pelas agressões verbais e emocionais do meu filho e da minha mãe. E agora estou na expectativa de que, quando os machucados da cabeça desincharem, ao fazer a ressonância, a mesma não apresente nenhum coágulo. Por isso estou tão ausente, pois não ando 100%, estou tomando fortes analgésicos. E depois dizem que a violência emocional não é nada...não machuca. Machuca e pode até matar...
O que me chateia mais é que fiquei por umas duas semanas de cama novamente...inativa. Agora estou melhor e voltei a caminhar. Porém após o incidente perdi vontade para muitas coisas. Sei que não é a depressão. É o desanimo grande de retroceder...Bom, paciência!!!
É engraçado como certas pessoas deixaram de ter importância para mim...saíram da minha vida. Antes eram tudo...porém com o tempo e o afastamento das mesmas, deixei-as ir. Quando quiserem voltar, não direi não...nunca nego amizade a não ser em casos extremos. Antes eu sentia falta de certas pessoas, dava muita importância por fazerem parte da minha vida, esquecendo de ver se eu também fazia parte das suas vidas...sempre me rebaixando...não me valorizando. Sempre achei que qualquer pessoa que fosse minha amiga era o máximo, pois dentro de mim havia um sentimento de que não era merecedora de nada de bom. Hoje entendo que a amizade é uma via de mão dupla. Eu me entrego às amizades, porém sou mais reservada agora, decidi que não quero e não mereço ser machucada e me machucar. Preciso me esforçar para compreender certas pessoas e perdoar outras. Consegui perdoar o meu pai, mas não tenho como esquecer o abuso sexual que sofri. Pois são as suas consequências físicas e emocionais que fizeram de mim o que sou e que me deram essa saúde precária. Sou obrigada a conviver com essas consequências (principalmente emocionais) diariamente. Preciso sempre manter a fé e a esperança para não sucumbir. Por isso bato sempre na mesma tecla: o abuso sexual (suas consequências) permanece por toda a vida, seja fisicamente como emocionalmente. E piora muito quando juntamente você sofre o assédio emocional e moral, a descrença e a omissão. As pessoas não imaginam a dor que eu sinto ao compreender que se não tivesse sofrido a violência psicológica, minha vida seria totalmente diferente. Mais triste ainda é ver a idade chegando...e os sonhos e os desejos morrendo. Sei que essa luta é somente minha, que somente eu posso lutar por mim. E mesmo sabendo que amanhã é um outro dia...um novo amanhecer, meu coração continua pesado.
B.A

(Ontem fui com a minha mãe no hospital para ela realizar o cateterismo. Ela acabou precisando fazer angioplastia e está na UTI. Ontem à tarde ela passou mal, mas à noite já estava bem melhor. Espero que hoje vá para o quarto ou quem sabe, já tenha alta.)