quarta-feira, 29 de outubro de 2014

29.10.2014

Hoje acordei mais cedo para poder escrever. Tenho estado com pressão baixa e mal entro na internet. Acordei quase gritando com o pesadelo horrível que tive. Parece que foram horas de suplício...porém dormi menos de 3 horas. Meu pai...minha mãe...e minha irmã estavam nesse pesadelo.
Semana passada passei mal novamente do coração e deixei de dar aulas na quarta e na sexta. Na sexta, minha filha foi para Belo Horizonte passar o final de semana com a minha irmã. Nem eu e nem o pai ficamos contentes, mas ela usou o argumento de 18 anos. Mal ela sabe que deu tiro no próprio pé...  Eu e o meu filho passamos um final de semana tranquilo, até o domingo (de eleições). O que me atrapalhou muito foi a falta de dormir e comer. Meu organismo está enfraquecendo e estou deixando de fazer um montão de coisas por isso. A mente está sã e o corpo doente!!!
De sábado para domingo não dormi nada, fui ver uma série de TV paga (temporada toda - série de culinária). Meu filho também ficou acordado. Antes das oito horas já estávamos saindo de casa para votar. Comecei a passar mal logo ao sair. O tempo estava ótimo: fresco e fechado. E eu não entendi porque não conseguia respirar direito. A uns quarterões de casa senti minha vista escurecer e caí no chão. Não foi um desmaio, somente não conseguia respirar e acho que o esforço da subida foi forte o suficiente para mim. O colégio fica super perto de casa e eu não quis chamar a motorista. Fiquei caída no chão por um tempo, não tendo força para me reerguer. Senti muita frustração e impotência. Uma sensação horrível!!! Meu filho me ajudou, fomos andando devagar até chegar ao colégio e ao chegar lá, me passaram na frente, queriam chamar um médico (ficaram assustados com a minha respiração). Mas não precisou. O processo foi super rápido e a volta foi mais amena. Ainda bem que fomos aquela hora, pois um pouco mais tarde o tempo abriu e apareceu o sol quente do interior. Ainda tive o ânimo de passar no mercadinho e lavar roupa. Fui dormir lá pelas duas da tarde, descansar um pouco, já que o avião da minha filha tinha de chegar à noite. E aí começou um novo suplício. Três voos foram cancelados, inclusive da minha filha. Não conseguíamos nos comunicar direito...eu só sabia que ela ia chegar atrasada. Depois fiquei sabendo que ela ia ficar no hotel...pegar de manhã um avião até outra cidade e viajar mais de duas horas até aqui de ônibus. Eu não sabia nem horários e nem nada. Minha irmã não esperou a minha filha embarcar e quando telefonamos para ela ver em que hotel minha filha estava, ela simplesmente não retornou a ligação. Foi angustiante!!! Lá pelas duas horas da manhã (a essa altura nem eu...nem meu Amigo...e nem meu filho conseguimos dormir), meu Amigo ligou para dizer o horário em que ela ia embarcar no avião, mas ela não tinha nem horário do ônibus e nem se ia chegar no aeroporto ou na rodoviária. Um pouco depois das quatro ela ligou e disse que os passageiros estavam super revoltados e vários, assim como ela, preferiram ficar no aeroporto mesmo, já que a CIA Aérea fez confusão com as reservas do hotel e o hotel ficava a uma hora e meia do aeroporto.
Não dormi nada, levantei cedo, tomei um banho gelado e fui dar aula. Quando estava para terminar, meu Amigo ligou avisando que ela já estava na cidade próxima e que conseguiu o avião até aqui. Avisei a motorista, e novamente foi tudo super ansioso, já que esse avião atrasou também. Uma confusão só!!!
Com a minha filha em casa, de banho tomado e após ter comido um pouco, nos deitamos e ela dormiu 20 horas seguidas. Eu levantei à noite para cuidar do filhote e me obriguei a fazer uma sopa e comer. Acredito que com o estômago cheio consegui dormir e relaxar até a manhã. Só que ontem a minha pressão desceu muito e eu mal consegui sair da cama. Obriguei-me a comer o resto da sopa (amo sopas), mesmo estando sem fome. Mas não consegui dormir direito...já tomei meu banho frio...e estou semi preparada para dar aula.
Domingo também fiquei triste e desiludida por causa da eleição. Não queria que a presidente atual ganhasse e ela ganhou praticamente fifty a fifty. Sabemos dessas urnas eletrônicas, que dão vasão a muitas fraudes. Pode ser que até houve fraude, mas isso não interessa mais...já aconteceu. O que me assustou foi que a metade do país votou numa candidata que anda de mãos dadas com a corrupção, fazendo "vista grossa" para a mesma. Esse fato assusta e muito. O povo não liga. Então como posso ter ânimo de lutar por uma causa social / humanitária se sei que o governo continuará a não fazer nada???!!! Eu nem gosto do outro candidato, porém a sua eleição poderia representar alguma mudança. O jeito é recobrar o ânimo e voltar a fazer a minha minúscula parte.
B.A








quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23.10.2014

Sim, estou separada. Meu ex marido passou uns quatro dias aqui conosco e decidimos que assim seria melhor. Porém a separação está sendo feito numa boa, com muito respeito. E a amizade, como sempre, prevalece. Por isso, vou chama-lo aqui de Amigo e não de ex marido. No início foi muito estranho...a gente não sabia como se tratar. Mas após 21 anos de casamento é burrice tratar-se mal, então as coisas foram fluindo e encontramos termo amigável. Agora cada um poderá seguir com a sua vida sem precisar excluir totalmente o outro...
Final de semana tranquilo e com muito, muito calor. Assistimos vários filmes...séries. Foi bom também eu deixar bem claro que agora ele precisa ter mais decisões sobre os meninos. Nesses dias que passou aqui mostrei a ele como as coisas são e como as crianças agem. O bom é que ele compreendeu e começou a colocar ordem. Viu que não era tudo como eles lhe falavam...que muitas queixas não procediam. Somos muito culpados em ter permitido as coisas chegarem nessa situação, mas todos somos falíveis e não sou tudo aquilo que as crianças falavam de mim. Sempre botei "panos quentes" em certas situações porque queria que quando o pai viesse, ele pudessem aproveitar o tempo em vez de brigar. Mas desta vez não fugi das coisas e mostrei que tento me esforçar, porém é difícil quando eles gritam comigo ou simplesmente dizem que não posso mandar neles. Agora estou com esperanças que o pai tenha o pulso firme e que as crianças irão sempre em frente. Não é e não está sendo fácil...mas ao perceber que todos estão bem, também estarei. Eu sempre afirmei que uma separação não precisa ser feita com ressentimentos. O que vale é o tempo bom juntos, não joga-lo fora. Manter o respeito e a amizade...companheirismo. O resto se ajeita. Meu Amigo tem um bom coração, tem os seus defeitos...assim como eu. E os meninos ficaram perdidos por um tempo, mas vamos tentar sanar isso.
O calor da semana passada acabou literalmente comigo. Essa semana também está sendo quente, mas semana passada achei que fosse "enlouquecer" de tanto calor. Não consegui dar aula nem quarta e nem sexta (estou repondo). Não conseguia nem comer, nem beber (mesmo a cerveja) e nem dormir. Sexta foi o pior dia...
Segunda fomos almoçar no shopping. Eu mal consegui comer. Passei tão mal, que precisei ir embora com urgência. Quase caí da escada rolante e achei, em vários momentos, que fosse desmaiar. Mas depois melhorei e estou tentando me manter bem.
Montamos a árvore de Natal, que é um evento que aprecio demais...
Semana passada uma querida amiga me ligou e pediu para eu não escrever mais nesse blog...não me expor. Isso significaria voltar a condição de filha do silêncio. Não fico pensando quem lê e o que acham do que escrevo. Não estou nem aí. Passei a vida toda escondendo...maquiando os meus sentimentos. E esse diário fez eu colocar para fora coisas que jamais comentei e nem comentaria com nenhuma psicóloga. Esse diário conseguiu fazer eu colocar até agora 3 pontos finais em 3 situações: ponto final no ressentimento em relação ao abuso e ao meu pai; ponto final no relacionamento com a minha irmã; e ponto final no casamento. Esses pontos finais foram de extrema importância para mim...sinto-me mais aliviada e com mais esperanças. Falta muito. O mais difícil é colocar um ponto final nas agressões verbais da minha mãe. Espero conseguir para passar para a próxima etapa. E esse diário é essencial para isso. Acho que quem não gosta, não precisa ler. mas vou continuar a escrever e despejar pra fora todas as mágoas...raivas...e ressentimentos. Perguntei ao meu Amigo e à minha filha sobre isso e eles acham que devo continuar. Somente espero conseguir.
B.A

terça-feira, 14 de outubro de 2014

14.10.2012

Ontem o dia foi tranquilo, tirando o calor absurdo. Fui dar aula à tarde e me senti mal...tinha esquecido de comer. Aliás, com um calor de 42 graus simplesmente não tenho fome. Não consigo e nem tenho vontade de fazer nada: entrar na internet...ver TV...ler. Pareço uma pessoa que está no automático.
Minha filha voltou ontem de São Paulo. Foi ver a exposição do Castelo Rã Tim Bum no Museu de Imagem e Som, o musical "O Rei Leão" e visitar a família do meu ex-marido. Achei que ela estivesse finalmente mais ajuizada em relação a sua vida...porém me enganei.
Meu filho não quer nada com nada. Fica no computador o dia todo. Mas eu também parei de fazer as coisas por ele. Ele não está quase emancipado? Então que corra para alcançar a vida.
Conversei com o meu ex-marido ontem e conseguimos conversar numa boa. Disse a ele tudo que estava sentindo. Coloquei a magoa e a dor para fora. Dor de saber que mais uma vez joguei a minha vida fora por uma pessoa, que num momento de raiva, jogou pela janela 21 anos de união. Ele diz que é porque me ama, que quer me ver reagir. Mais uma pessoa que mostra aos outros que entende o que é a depressão. Mas se entendesse, teria percebido o quanto estou mal...sozinha...e de quanto precisava dele nesse momento tão difícil para mim. Por causa do seu orgulho, sua família acha que não sou ninguém. Sustentei por anos a nossa família e em todas ocasiões sempre fiquei ao seu lado...mesmo não concordando com a situação. Ele também cuidou e muito de mim. Fifty a fifty. Só que agora ele vai continuar com sua família e seus amigos. E eu, por causa dele, briguei com a minha e perdi a única amiga que tive nesse mundo real, o qual o virtual não substitui. E isso dói e por isso sinto-me traída. A dor e a indignação já passaram (por isso estou conseguindo escrever). Para uma pessoa que me ligava só para dizer que me amava e ouvir a minha voz, quem saiu perdendo foi ele que não soube reconhecer o meu amor. Já disse que o amor possui várias vertentes...amor não é somente a paixão. Não pretendo me envolver tão logo com outra pessoa e muito menos desejo um outro casamento. Mas com o tempo espero recuperar a minha auto confiança e estima, e com isso encontrar um homem que me valorize mais.
Continuo tendo pesadelos e dormindo mal. Quando finalmente resolver o divórcio e a situação dos meus filhos (o que com certeza deve demorar um pouco), tenho certeza que a minha qualidade de vida melhorará.
B.A

domingo, 12 de outubro de 2014

12.10.2014

Agora a situação está oficializada para toda família. Estou bem tranquila e esperançosa quanto ao futuro. Ele não está querendo conversar muito, mas procuro agir com calma e carinho. Durante mais de 21 anos fomos muito unidos e companheiros e não quero jogar fora essa amizade. A única coisa que pode estragar o meu sentimento é o seu orgulho.
Sexta feira conversei muito com o meu filho e também chorei muito. Resolvi aceitar a emancipação. Pelo menos estou vendo ele com mais responsabilidades e também ele percebeu que sair de casa, aos 16 e sem estudo, não ajuda muito. Se é isso que ele quer, então só posso desejar com o coração de mãe que seja muito feliz. E eu sempre estarei aqui para apoia-lo. Mãe é mãe.
Começo a fazer planos para mim...pelo menos em pensamentos. Antes, nem isso. Não será fácil, mas até agora a vida nunca foi fácil para mim!!!
Eu ia escrever sobre o meu pai, o quanto ele é responsável, juntamente com a minha mãe e minha irmã, por toda essa situação. Mas resolvi deixar para lá...não vale a pena...não vou recuperar o que perdi...e no fundo sei e já estou vendo as pessoas que me prejudicaram, pagarem por isso (colhemos somente o que plantamos).
Vou seguir em frente. Sei que estou deprimida, com baixa estima e fobia social. Também sei que isso não vai sumir de um momento para outro, assim como a minha ansiedade e problemas de saúde. Mas vou tentar não desistir de mim mesma. Continuar dar minhas aulas...tentar colocar casa em ordem.
No fundo, a plena verdade é que estou aliviada em terminarmos o nosso casamento. Estou com esperanças de coisas novas...muitas delas não consigo ainda admitir para mim mesma. E estou feliz por ele, pois não sou mais mulher para ele e isso me deixava altamente deprimida e culpada. Pelo menos, resolvendo a questão sexual, sinto-me menos culpada. E também isso não quer dizer que vou me fechar para vida...Ao contrário, vou procurar viver melhor, mesmo sabendo que não será fácil.
B.A

terça-feira, 7 de outubro de 2014

07.10.2014

Hoje finalmente aconteceu. Meu marido pediu a separação. Não fiquei nem triste e nem chocada. Porém fiquei triste com o modo de como aconteceu. Eu sempre disse que as crianças ainda um dia iam conseguir provocar esse fato e estive certa o tempo todo. Mas fiquei magoada, pois toda culpa foi jogada em cima de mim e não é justo. E é claro que meu filho, que quer a sua emancipação, provocou o atrito. Para a família do meu marido não sou nada...pois ele sempre foi tão orgulhoso que nunca contou quanta barra eu segurei dele e o quanto eu sustentei a sua falta de habilidade. Mas já estou acostumada a ser rejeitada e de sofrer ofensas. Isso porque ele dizia que me amava. Quem ama de verdade sabe ter discernimento e não deixa se influenciar por um garoto de 16 anos, que passou quase o ano todo mentindo para nós. Mas tudo bem. Nós já não estávamos casados mesmo, pois casamento é compreensão.
Sempre disse a ele para gente se separar e ele refazer sua vida. E sempre ouvi a mesma resposta: te amo...vc é importante para mim...a minha missão é cuidar de você.
Não. Quem cuida de mim sou eu mesma...se não fosse assim, já estaria morta.
Agora é bola pra frente. Deixar passar esse momento difícil, pois foram 21 anos de casamento e tivemos muita união e muitos momentos felizes. Assim como ele, vou reconstruir a minha vida, ajuda nunca faltará.
Só que não tem mais volta. Tenho também a minha dignidade. Ouvi dele que está fazendo isso por mim, que era para eu reagir. Então não sabe e nunca soube sobre mim...nunca me conheceu direito. Tenho certeza que o amor é muito mais...que o amor desconhece o termo SE. Vou aprender a viver a nova situação...vou ser positiva e me sair bem.
B.A

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

02.10.2014

Ainda está difícil escrever e colocar para fora o assunto sobre o meu pai...os últimos assuntos. Estou muito fragilizada...brigas com o meu filho...descontente com a filha...falta de sono. E quando finalmente colocar para fora essa dor e ressentimento, quero que seja pela última vez.
Infelizmente não estou conseguindo escrever, porém não paro de pensar. Pensando, deduzo vária coisas...situações. E uma delas é quanto as pessoas devem me achar fraca pelo o que aconteceu comigo e tentam tirar vantagem disso. Essas pessoas estou colocando, aos poucos, para fora da minha vida. Não sou nem fraca e muito menos burra!!! A cada dia busco minha dignidade, tentando devolver a mim mesma um pouco de sentido e de paz.
 Muitas vezes acredito que vou conseguir e outras vezes fraquejo nos meus anseios e esperanças.
Falar da violência emocional...das humilhações sofridas e do assedio moral não é fácil. Espero, com toda minha vontade, que esse diário possa me ajudar.
B.A