domingo, 1 de fevereiro de 2015

01.02.2015

O mês de janeiro se foi e foram muitos dias sem escrever. Infelizmente minha alergia se espalhou pelo corpo todo e mais outras coisas. Terça feira vou buscar os resultados dos exames e espero que não seja nada grave. Dia 29 fui ao oculista. Apareceu a miopia (bem fraca, mas ao ponto de causar a dor de cabeça). Nunca tive miopia. O astigmatismo aumentou e preciso fazer dois óculos. É a idade chegando (ou já chegou)...rs...
Terça passada dei uma entrevista para um programa. Foi a primeira vez e o ataque de ansiedade acabou comigo. Fiquei de cama na segunda, terça e quarta. Foram mais de 2 horas de entrevista por telefone e depois mais de 2 horas de gravação. Não me senti à vontade comigo mesma. Não por causa do tema em si, mas por mim...minha baixa estima e as malditas fobias. Concordei em falar para mostrar a importância da sociedade perceber como as consequências são para a vida toda. O programa é sério e o jornalista / apresentador é um dos meus preferidos.
A repórter e os auxiliares foram super educados...ela a toda hora preocupada se as lembranças estavam mexendo muito comigo. Estavam é lógico, principalmente porque nunca penso no abuso sofrido...não alimento esse mal dentro de mim. Porém a entrevista me fez refletir sobre várias coisas e elas são doloridas. Quando perguntou o que ainda me fazia chorar, respondi que foi a rejeição e a omissão da minha mãe. Mais do que o abuso. Ela pediu definir os meus sentimentos em uma palavra e eu defini: angustia. Outra coisa que mexeu muito comigo foi relembrar as humilhações que sofri por 5 anos, em plena adolescência. Isso, quando lembro, ainda me faz chorar. Como percebi, o que mais acabou comigo foram as consequências do abuso sexual e não o abuso em si. Estive muito calma durante a entrevista. Devo ter passado uma imagem de uma pessoa fria...mas não sou. Só aprendi a controlar os sentimentos e é claro que há muita coisa que ainda me faz chorar. 
Minha filha foi comigo. Ela passou segunda e terça aqui e foi muito bom. Ainda não me conformo com certas escolhas dela, mas criei os meus filhos para o mundo e se ela está feliz...só me resta ficar feliz também. Dia 5 ela começa a trabalhar e hoje está indo a um encontro de escritores jovens. Ela está saindo de casa...fazendo amizades. E para uma mãe isso é importante, pois aqui ela não saía de casa.
Eu e o meu filho estamos nos dando super bem. Ele fez novas amizades e retomou a amizade com um amigo do passado, do qual gosto muito. Conheço a família dele e sei que as preocupações da mãe não diferem muito das minhas. Meu filho tem cuidado muito de mim, amadureceu muito. E eu tento lhe dar mais uma chance de não se envolver com as pessoas erradas. É lógico que ainda mantenho um controle rígido, mas percebi que ele até gosta. Terça começam as aulas dele do EJA. Não foi fácil conseguir a matrícula e espero que ele tenha a responsabilidade de frequentar as aulas. O colégio não é perto, mas tem ônibus a meio quarteirão de casa que o deixa a quatro quarterões da escola. E na volta o mesmo ônibus passa em frente ao colégio e o deixa a dois quarterões de casa. Ele vai estudar à noite. Só espero, sinceramente, que dessa vez ele aproveite a oportunidade.
Após o carnaval minha filha vai pegar o diploma dela na Secretaria de Educação. Ela apostou alto para terminar o Ensino Médio através do exame do Enem e foi vitoriosa. E se o sonho dela é ser escritora, espero que ela perceba a importância de um curso complementar (faculdade). Ela não quis fazer o curso de jornalismo aqui, mas precisa ter uma base sólida para escrever, como os cursos de história ou filosofia. Espero que ela não desista desse intento...
Fiquei sozinha o final de semana todo e senti muita tristeza e solidão. Queria ter amigos reais...sair...bater um papo. Dessa vez a solidão pesou demais.
Ainda não acabei de escrever o texto, pois o fato de digitar provoca dores musculares nos braços. Mal tenho entrado na internet e na comunidade. Vamos ver como será essa semana. Os resultados...o colégio do filho...o trabalho da filha. Quem sabe a alergia não está sendo causada pelo emocional e se der tudo certo, ela poderá diminuir.
B.A

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