Após o desabafo de ontem, no início senti um certo alívio. O problema é que quando escrevo, afloram um monte de lembranças e pensamentos. E não consigo colocar todos aqui, por vergonha. Eu estava escrevendo e não parava de refletir. Logo após escrever minha mãe ligou da praia e tivemos uma discussão. Aproveitei que estava sob efeito dos pensamentos e reflexões e disse a ela um montão de coisas. Sei que ela sabe que falei a verdade e é claro que a reação dela foi ser agressiva. Educadamente e friamente avisei que ia desligar, já que não tínhamos como continuar a conversa. À noite ela ligou mais duas vezes, mas não atendi. E pretendo fazer um grande favor a mim mesma, não atendendo os telefonemas dela (pelo menos por hoje).
Porém logo em seguida tive uma forte crise de choro que durou mais de 3 horas. Ultimamente ando triste e muitas vezes lágrimas vêm aos olhos...porém não uma crise de choro tão forte. Chorei não por pena de mim, mas sim por raiva. Raiva de ter deixado toda essa situação chegar a esse ponto. Raiva (de mim mesma) por não ter reagido, por ter deixado ser humilhada. Por permitir o abuso emocional e o assédio moral sem reagir. Por parte dos meus pais, minha irmã, família e amigos do meu pai, família do meu marido e até meu marido. Não estou a fim de contar os detalhes...é melhor deixar pra lá. Mas a dor e a mágoa que senti ontem foram fortes. Sei que vou superar e somente depende de mim para que isso não aconteça mais.
Como consequência tive muita dor de cabeça. Deitei cedo sob efeito do Rivotril e tive pesadelos todo o tempo que dormi. Não consigo dormir direto...é sempre entrecortado. Mas hoje pretendo ficar deitada...lendo ou jogando minhas paciência no netbook. Como ele é pequeno, posso jogar na cama mesmo. Preciso me recobrar do dia de ontem para amanhã não ficar inativa. E preciso trabalhar mais as minhas emoções. O diário ajuda 90%, mas devo aprender a não sentir vergonha de certas coisas, de certos erros...
Ontem minha filha voltou "quebrada" e toda tensa após o vestibular da FUVEST. Disse que foi muito mal e que não deve passar para a segunda fase. Expliquei mais uma vez que milhares querem ingressar na USP e se matam de estudar, coisa que ela não fez. E se o sonho dela é estudar na USP, que no ano que vem ela comece e levar os estudos mais a sério e com responsabilidade. Falei calmamente e com carinho e ela sabe que só depende dela mesma.
Essa semana vou reler o diário desde o começo. Eu pretendia fazer isso a cada mês para sentir como estavam as minhas emoções e se consegui progredir. Mas acontece que não consigo reler os textos que escrevo...nem mesmo os depoimentos e nem o depoimento de ninguém. Só que abri esse diário com intuito de tentar entender minhas emoções...reações...de tentar ME entender. E ontem, enquanto estava escrevendo, minha vida passou por mim e senti muita dor...raiva e frustração. Preciso trabalhar isso, mas agora...nesse momento, não sei como.
B.A
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