domingo, 13 de dezembro de 2015

14.12.2015

São mais de 3 da manhã. Não consigo dormir, mas descansei um pouco ao voltar do hospital. Ontem...às 22:00...estava passando mal, porém atribuí o mal estar ao stress...já que tinha tido uma discussão feia com o meu filho. Nas mulheres, a crise de ansiedade mescla bem os sintomas de infarto, então achei que estava tendo uma forte crise de ansiedade. Sintomas de sempre: enjoo, azia, dor nas costas e no ombro esquerdo, o coração doía como se alguém o estava apertando e não conseguia respirar, com aquela sensação de peso enorme sobre o peito. A única diferença é que notei que as unhas estavam bem arroxeadas e foi isso que me deixou alerta, pois não tinha acontecido antes. Para variar, eu estava sozinha. Liguei para o meu marido que estava num bar com os amigos e comentei que ia ao PS. Chamei um táxi e fui. Ao chegar eu já não estava conseguindo respirar direito e minhas unhas estavam roxas. Passei na frente de todos, fiz eletro e o médico disse que estava tendo um pré infarto. Avisaram o hospital e fui de ambulância. Chegando lá fiz um ultrassom de coração. O médico confirmou o diagnóstico...fui levada às pressas para um quarto...colocada no oxigênio e tomei injeção de adenosina (um vasodilatador). Como a minha ficha foi junto do PS, os médicos viram que era o quarto pré infarto e viram o histórico de ansiedade. O médico perguntou se eu queria que chamassem alguém. Mas quem??? Minha mãe...que indiretamente foi responsável pelo alto nível de stress? Meu filho que também foi e é menor de idade? Disse ao médico que não tinha ninguém...que eu era sozinha. Ele respondeu que não poderia ser...por causa da família tradicional. Olhei para ele e não respondi. Ele olhou bem fundo nos meus olhos...até demorou um pouco...mas não disse nada. Fiquei internada por 18 horas, tomando o soro para hidratar. Quando o médico me deu alta comentou que se eu tivesse demorado mais uma hora, teria tido o infarto e talvez morrido. Disse que eu estava anêmica...desnutrida. Eu respondi que tenho Doença de Cushing e ele ficou quieto. Pediu para eu trocar de roupa e que esperasse por ele. Quando voltou (antes disso passei por um outro eletro) ele estava sem o jaleco e disse que já ia embora...mas que ia me deixar em casa. Eu fiquei muito sem graça, só que pelo olhar dele e pela aliança que usava percebi que não era uma cantada...era somente preocupação...talvez por saber quem era a minha família. Chegando em casa não consegui dormir...fiquei vendo TV...dei uma explicação básica ao meu marido (futuro ex). Somente à tarde (e sem comer nada) é que consegui descansar umas horas. Eu tinha pedido ao meu marido para não comentar nada com a minha filha, já que ela teve um exame à tarde. Achei que fosse ficar preocupada. Doce ilusão!!! Quando falei com ela à noite, ela não perguntou nada. Então perguntei se o seu pai tinha contado o que aconteceu. Ela confirmou e disse que sentia muito e mudou de assunto...como se fosse algo normal. Quando o meu filho voltou e eu quis contar a ele, recebi a seca resposta de que não o interessava nada sobre mim. Ao comentar isso com o meu marido recebi a resposta que é assim mesmo. O que é "assim mesmo"??? Será que fui tão ruim como mãe??? Não acredito... Pois investi a minha vida na maternidade...Bom, deixa pra lá. Ficar triste não resolve. Tudo isto não resolve nada. Saber que estou só...também. Vou tentar descansar mais um pouco. Tudo isso serviu para me mostrar que estou no caminho certo. E eles que se danem, pois no dia que eu me for vão sentir falta...mas aí será tarde demais.
B.A

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