quarta-feira, 19 de agosto de 2015

20.08.2015

Não adianta...não consigo dormir mesmo. Estou sentindo uma pontinha de ansiedade...mas um pouquinho só (meu uso de Rivotril diminuiu bastante). Faz um mês que não escrevo. Tantas coisas aconteceram nesse tempo: coisas boas e ruins...alegres e tristes e até aquelas que me magoaram muito. Parece que estou faz meses sem escrever...mas já passou e não vou falar sobre elas.
Continuo com problemas alimentares e de sono. Tem dias que me forço a comer qualquer coisa, somente para não ficar de estomago vazio. Também não tenho dormido muito e quando durmo, continuo tendo sonhos esdrúxulos, com direito a sentir tudo (cheiro, sabores, textura, sentimentos). Parei de fumar faz quase 3 meses e agora só falta diminuir a cerveja. Continuo, quando consigo, sair de casa e andar. Em setembro começo a dar aulas de russo (particulares). Minha aluna de português que é de São Petersburgo e passou alguns meses lá, trouxe-me de presente muito material novo, desde alfabetização até matéria mais avançada. E também um dicionário russo-português. Agora estou "armada" para voltar a dar aulas de russo...
Eu e o meu filho continuamos oscilando na nossa relação. Ontem ele passou mal, precisei leva-lo ao hospital. O médico me explicou que o tumor e a retirada de órgão mexeram muito com o seu emocional e ele vai precisar tomar um antidepressivo leve. O problema é que ele não quer aceitar que depressão é SIM uma doença e precisa ser tratada. Principalmente a dele, que perdeu um testículo aos 15 anos e não quis fazer um acompanhamento psicológico e não tomou os remédios que a psiquiatra prescreveu. Hoje tentei explicar a ele que ele sofre de depressão endógena, por causa dos hormônios alterados. O médico disse que seria a mesma coisa que se uma menina de 15 anos sofresse de câncer de mama e precisasse extrair um seio. A dor da perda...o medo...e a insegurança são normais. Infelizmente ele não quis me ouvir, pois diz que não é louco. Mas estamos nós dois no nosso limite de stress e ele está muito agressivo comigo. Depois fica arrependido, mas o mal já foi feito. Ele tem 17 anos e eu esperava que já estivesse saindo dessa fase da adolescência. Bom, sei que preciso ajudar o meu filho e é isso que pretendo fazer.
As coisas também não estão sendo 100% para minha filha em São Paulo e quem "paga o pato" também sou eu.
Meu casamento também não está bem. Tento ser paciente. Terça fui almoçar na minha mãe (foi quando o meu filho começou a passar mal). Começamos a conversar sobre as coisas e eu tive uma forte crise de choro (estou chorando agora...). Como não estou tomando antidepressivo, a realidade caiu com tudo em cima de mim. Mesmo esse mês completando 22 anos de casamento, não há mais casamento...em todos os sentidos. Minha mãe disse que me apoiaria em caso de separação e foi aí que a realidade pesou com tudo. Vou me separar e aí??? Não me sinto atraente...bonita. Sei que terei um imenso medo de me envolver emocionalmente com alguém. Não sei se serei mulher suficiente para um homem. Disse para minha mãe que o psicopata do meu pai me tirou tudo: minha carreira como antropóloga social...minha saúde...minha sensualidade e sexualidade. Além da parte material/financeira. Saber que estou reduzida a quase nada, fazendo um esforço para sobreviver e sobressair dói muito. Talvez o melhor seja esperar a crise conjugal melhorar. E como ainda comentei com a minha mãe: o que aquele monstro disse para minha irmã? E se ele disse que eu aceitava e gostava e que ela tinha que fazer o mesmo? Eu e a minha irmã não nos falamos ainda, mas pelo menos ela é feliz no casamento e trabalho e recebeu muita ajuda financeira do meu pai. A única coisa que eu queria entender da parte dela é que se ela foi abusada bem antes de eu revelar o meu abuso...por que me chamou de mentirosa e de louca e me desmereceu? Ficou com raiva porque não a protegi até o fim? Se eu soubesse que meu pai iria fazer isso com ela, com certeza teria ficado ao seu lado. Mas agora já foi e não há volta...Somente ficou presa em mim essa realidade que os antidepressivos não deixavam eu sentir e enxergar direito e a dor e o medo de não conseguir seguir em frente. Pelo menos hoje em dia falo NÃO e também aprendi a não viver somente para os outros. E aí, quando faço isso, sou taxada de egoísta...
Essa semana recebi um e-mail de um rapaz que segue esse blog. Ele disse que faz tempo que não lia as postagens, mas que de repente pressentiu que havia algo de errado comigo e que estava preocupado. Meu coração "esquentou", pois é muito bom receber carinho, mesmo na forma de preocupação.
E é isso!!! Tentarei não ficar mais tão ausente, pois além de sentir falta de escrever, deixo de registrar vários tipos de sentimentos, os quais fico remoendo nas noites insones.
B.A

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