domingo, 5 de abril de 2015

05.04.2015

Páscoa mais triste...sozinha. É minha primeira Páscoa só. Meu filho está dormindo, trocou o dia pela noite. Então só vai acordar mais tarde. E é nessas horas que a solidão "bate" com força total e a tristeza invade o meu ser. Fazer o que? 
Essa semana me desentendi feio com a minha filha e estamos sem falar-nos faz muitos dias. Infelizmente ela confundiu o fato de deixar a casa com o fato de me deixar. Isso dói e dói mais ainda o fato do meu marido não fazer nada...não a aconselhar. O que ela fez foi grave, porém é bastante orgulhosa para telefonar, pedir desculpas. Literalmente...como falei para o meu marido e ele concordou...ela cuspiu no prato que comeu. Mas colhemos apenas aquilo que plantamos e dentro do meu coração de mãe continuo a amando muito e torcendo para que tudo dê certo a ela. Estou tão cansada com todas essas picuinhas que nem estou zangada. Mas estou triste...muito triste.
Lembro dos meus 19 anos. Sofria abuso sexual e emocional, mas assim mesmo levava a vida em frente. Arranjei meu primeiro emprego logo de cara: recepcionista num açougue. E fui convidada, aos sábados para dar aula de russo. Os dois empregos não eram perto de casa, mas eu estava feliz em ganhar meu dinheiro. Pagava um curso de inglês e Aliança Francesa. Comprava roupas e livros. E muitos presentes para minha irmã. No meio do ano entrei no FGV. Meu pai me obrigou a fazer o vestibular. Mas quando vi o preço de cada módulo e mais o fato de não querer fazer administração, convenci o meu pai a desistir dessa ideia, pois além da faculdade tinha o fator moradia e alimentação. Saí do emprego de recepcionista, pois já era diretora do curso de russo da escola e passei dar muitas aulas e ganhava bem. Comecei ver o respeito que as pessoas sentiam por mim e isso ajudou a estima. No final do ano / início do ano seguinte passei na USP e UNICAMP, além de uma faculdade em Santos mesmo. Escolhi a USP...e aí vem um outra história. O que quis dizer com isso é que apesar de todos os reveses eu sempre tentei seguir em frente.
Meu filho está melhorando aos poucos. Já está conversando no face
e se alimentando melhor. Ainda tem resistência em sair de casa, mas acredito que vai passar. Muitas vezes tenho que ser dura com ele, pois ele também não me trata bem quando não quero ceder aos seus caprichos. Mas isso se chama amor de mãe e preocupação também. 
Meu relacionamento com marido não engajou...acho que a reconciliação não deu certo e preciso ser paciente para esperar o momento certo para refazer a minha vida. O que não posso é ficar assim: nessa tristeza e solidão. Cabe a mim ser forte e manter a determinação. Principalmente em relação aos meus filhos. Espero que no final desse ano meu filho e os pets já tenham um lugar em São Paulo. Até lá tenho tempo para decidir um pouco da minha vida...
B.A

Nenhum comentário:

Postar um comentário