quinta-feira, 26 de março de 2015

27.03.2015

Uma fortíssima crise de ansiedade não está deixando fazer nada. Acabei de falar por celular com meu marido e minha filha, aos prantos. Sempre sofri de ansiedade, mas desta vez está tão forte que atacou o estomago e estou totalmente apática. Nunca ligo para meu marido de madrugada e, muito menos, chorando. Mas cheguei ao meu limite. E eu nem sei porque dessa crise. Começou de madrugada de sexta para sábado e não tem hora para atacar. Mal entro na internet...entro por causa dos aniversariantes. Não falo mais com ninguém. Não tenho vontade de ler...ver TV...nem cuidar da comunidade. Só tenho vontade de ficar deitada. Tento reagir quando a crise melhora...mas são reações fracas. Não estou dando aula, hoje será a última. Conheço bem o caminho dessa tristeza. Crise de ansiedade + forte depressão + saudade enorme da filha + preocupação intensa com o filho, que está passando por uma depressão profunda. Tenho que ajudar o meu filho e é essa responsabilidade que não deixa que eu me jogue na cama e fique por dias deitada. 
Athena está melhor, mas teve reação ao remédio e ficou quatro dias sem dormir, uivando...chorando. Eu e o meu filho fizemos turnos para descansar. Mas ela foi bem cuidada e agora está bem. Um problema a menos.
Minha grande preocupação é o meu filho, que mal dorme e come. Em menos de dois meses emagreceu 12 quilos. O IMC dele é 17, abaixo do normal. Ele desligou celular faz 3 semanas e também não entra mais no face. Não sai, deixou os estudos, não fala com os amigos. Semana que vem vamos começar a maratona de médicos e consulta com uma psiquiatra.
Não importam mais os estudos. Ele é um menino inteligente e vai conseguir recuperar o tempo. O que me importa é tira-lo dessa depressão, dando toda a minha atenção e o meu carinho. É vê-lo sorrir com as besteiras que conversa com os amigos...paquerar as meninas (o número das fãs é grande) e, principalmente, conseguir sair de casa.
E no meio de tudo isso, eu com a maldita crise de ansiedade.
Esse é o legado do abuso sexual. Quando meu pai percebeu que não me teria nunca mais, partiu para a psicopatia (na verdade sempre foi um psicopata...). Começou a perseguição. Enquanto as crianças eram pequenas, eu e o meu marido conseguimos protege-los com todo nosso carinho e amor. Mas a medida que foram crescendo e entendendo o que houve de fato...as fortes agressões emocionais que sofri...as rejeições familiares que eles sofreram (tanto por parte da minha família, como principalmente da família do meu marido), se revoltaram e se fecharam na dor. Passar por tudo que passei foi horrível, mas não há coisa pior que ver seus filhos definhando, muitas vezes não conseguindo reagir. E indiretamente sinto-me extremamente culpada, mesmo sabendo que não tenho culpa. Criei os meus filhos para o mundo, oferecendo uma boa educação e cultura...e, principalmente, muito amor e carinho. Sei que foi duro para eles me ver numa cama por meses, por causa da depressão profunda. Eu conheço esse caminho para o inferno. E estou entrando nele, porém preciso pelos meus filhos parar e voltar. Só fica difícil no meio dessa crise de ansiedade...Alguma dúvida que o abuso sexual tem braços longos e atinge a família do abusado?
B.A

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