domingo, 21 de dezembro de 2014

22.12.2014

Dizem que depois da tempestade vem a bonança (e vice-versa). Passei os últimos 15 dias num total inferno: de tantas brigas e discussões...de tanta tristeza. Nunca o abuso sexual sofrido por mim pesou tanto na minha vida. A perspectiva de um novo ano repleto de fracassos...sem perspectivas...solidão...e tristeza está acabando comigo. E sim, pensei na morte. É tão fácil. Somente pegar os rivotris e comprar uma bebida destilada. Apesar de tomar muita cerveja, é a única bebida que compro, já que não gosto das outras e nem mesmo de vinho. Gosto de wisky...mas gosto do bom e o bom não é para o meu bolso. Apesar que nessa hora serve qualquer um. Se não fossem o amor e os cuidados da minha filha, não sei se aguentaria. Agora entendo o porquê de tantos suicídios entre os abusados na época de fim de ano. Ninguém poderá entender pois cada caso é diferente do outro. Faz 3 anos que lido com a dor de final de ano e a desesperança dos outros. Na primeira vez foi tão desgastante por causa de uma menina que oito membros do grupo saíram fora, por não aguenta-la mais. Acabei tirando ela do grupo e fiquei sabendo que ela ficou com muita raiva e até macumba fez para mim. Ela só queria atenção, sempre foi problemática. E "brincou" com os sentimentos e com a paciência das pessoas... Juntamente com ela, meu melhor amigo...meu irmão de coração também estava super deprimido e melancólico, falando sempre em suicídio. O problema é que ele já havia tentado (sem sucesso) dando um tiro no rosto. Ficou totalmente desfigurado precisando de várias operações. Foram mais de seis anos se tratando. Eu conversava com ele todos os dias, mandando muita força e vibrações positivas. Ele não se matou...porém eu comecei ter problemas de crises de ansiedade e coração. Seis meses depois, no dia do meu aniversário, foi a última vez que falei com ele. Ele simplesmente sumiu e faz dois anos e meio que não sei nada dele. Tento não pensar em coisas negativas e sim que ele tenha encontrado o seu caminho. Quando ele tentou o suicídio tinha 3 filhos e já era avô de quatro netos. No ano seguinte foram duas meninas. Elas conseguiram passar por essa fase difícil. No ano passado foi uma menina do grupo e que também tinha sua comunidade contra o abuso sexual. Ela pediu socorro e muitos conversaram com ela. Fiquei meio de lado. E depois soube que ela se matou. Fiquei revoltada não com ela, mas com os seus familiares que a negligenciaram e não acreditaram nela. Me senti péssima, talvez se eu tivesse conversado com ela...Não digo que ela teria mudado de ideia, mas eu poderia mostrar o apreço por ela e pela sua luta. Coloquei uma nota nas páginas...grupos...e blogs desafiando qualquer um que a chamasse de covarde. Ela foi muito corajosa...lutou, mas não conseguiu aguentar. Então tomou uma providência para sua dor e aos 26 anos deixou de viver. Covarde sou eu que não tomo providência nenhuma...nem para o bem e nem para o pior.
Ainda não fiz os exames médicos solicitados no dia cinco desse mês. Sou uma fraca.
Pelo segundo ano foi minha filha que montou a árvore de natal e enfeitou a casa. Eu amo o Natal, desde que cheguei ao Brasil. Mas faz dois anos que não saio para ver as ruas e as casas enfeitadas e esse ano mal olho para minha árvore de natal.
Estou triste...muito, muito triste. Não sei o que fazer comigo mesma...não sei se há esperança para mim.
B. A

Nenhum comentário:

Postar um comentário