quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19.11.2014

Após escrever na segunda, consegui a paz que buscava. É incrível ver e sentir o que o ato de escrever...de desabafar pode proporcionar!!! Porém não consegui controlar a crise de ansiedade e nem me alimentar direito. O clima em casa está bem mais ameno, quase sem discussões nesses dois dias. Isso é bom. Ainda bem que nunca fui e não sou uma pessoa rancorosa. Por isso, após desabafar, colocar para fora as minhas frustrações, acabo relevando e perdoando. Assim, não fico remoendo dentro de mim, as mágoas.
Porém estou preocupada com a tristeza imensa que sinto. Meus olhos enchem de lágrimas, choro (mas não deixo ninguém perceber) e não sei a razão. Não estou me sentindo deprimida, somente muito triste. Talvez seja falta de dormir e má alimentação.
Ontem passei por mais uma prova. Minha aluna comunicou-me que vai encerrar as aulas semana que vem. Ela deu explicação de controle financeiro...que estavam gastando muito...queriam juntar um dinheiro. Porém quem me paga não são eles e sim a firma do marido dela. Achei muito estranho...não entendi como eles iriam economizar comigo...mas fiquei quieta. É claro que fiquei chateada. Vou deixar de ganhar um bom dinheiro em dezembro e janeiro. Disse ela que em fevereiro voltava, mas acho que não. Contava com esse trabalho para me ajudar a ficar mais independente financeiramente. Quando contei aqui em casa, a primeira coisa que minha filha comentou que foi coisa da minha mãe. Como ela está doente, telefonei e comentei o fato. Ela achou muito natural. Então a minha ficha caiu!!! Ela ficou muito amiga do casal, que tem a minha idade e poderiam ser seus filhos. Ela está sempre saindo com eles e nunca me convida. Seria típico dela falar alguma coisa desse tipo: "você está falando bem, está se virando melhor ainda. Não precisa mais de aulas." Não seria a primeira vez e minha mãe tem tendencia de afastar as pessoas de mim. Segundo minha filha é pura inveja, pois sou altamente dedicada e sei os grandes progressos que a minha aluna fez. Só que as pessoas não imaginam como é duro para alguém que sofre de depressão e de crises de ansiedade, preparar as aulas, levantar da cama e dar essas aulas. Posso ter faltado algumas vezes, mas sempre compensei nas aulas seguintes. Estou com o meu coração pesado. Posso me desvalorizar em muitas coisas / situações, mas sempre fui uma excelente professora e sempre trabalhei (em outros lugares) com muito afinco, alcançando em pouco tempo cargos altos e sucesso e reconhecimento. Mas é como eu sempre digo: não adianta chorar sobre o leite derramado. Uma porta se fechou...com certeza outra vai ser aberta. E eu quero muito voltar a trabalhar.
E é lógico que não consegui dormir essa noite. Quando estava quase adormecendo, meu filho apareceu chorando. Ele tem muitos pesadelos. Minha filha, que também ainda não havia dormido, começou a discutir com ele por ele me incomodar. Coloquei ele na minha cama, tentei relaxar e nada. Então levantei, estou escrevendo agora, depois vou tomar uma ducha fria e ir dar minha aula. Na volta, pretendo tentar descansar. Sinto-me esgotada tanto fisicamente como emocionalmente, mas tenho uma paciência infinita em relação ao sono dos meus filhos. Talvez por privações de sono que passei por tanto tempo. Vivo o dia de hoje...amanhã será um outro dia. A única coisa chata é que o cansaço me afastou da internet. Quem sabe descansando em dezembro, conseguirei voltar com mais força...
B.A

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