Ainda estou doente. Dessa vez foi feio. A médica disse que a causa não é mais o emocional e sim, o físico. Ou seja: não estou comendo e nem dormindo por causas físicas. E eu que odeio hospitais...exames...médicos, estou procurando coragem dentro de mim mesma para enfrentar essa situação.
Fiquei um tempão sem escrever, quase um mês. Mas não foi por falta de vontade...foi o mal estar que não me permitiu muitas coisas. Pensei muito em como iria retomar o diário e decidi, simplesmente, continuar.
Essas semanas tiveram seus altos e baixos. Estou conseguindo controlar melhor a minha ansiedade e diminuir os remédios. Somente nos últimos dias é que estou mais vulnerável, mas estou com a imunidade muito baixa e deve ser isso.
Tenho estado mais zen, refletindo muito. Estou dormindo um pouco mais...porém a qualidade e a intensidade dos sonhos continua a mesma e acabo por não descansar nem o corpo e nem o espírito.
Nas últimas madrugadas tenho acordado com imensa taquicardia por causa dos sonhos. É uma grande ironia!!! Consigo manter a serenidade durante o dia, mas basta dormir e aí vem o inferno. Outro dia sonhei com uma pessoa a quem amei muito. Toda vez que sonhava com ele...tudo era distante...sem contato. Dessa vez o sonho foi intenso, mas não senti nenhuma emoção ao acordar, só uma tristeza dentro do meu coração...
Percebo o quanto estou sozinha...de verdade. Nunca estive tão só na minha vida. Abandonei-me completamente. Abandonei a casa. E ao mesmo tempo nunca refleti tanto, sem emoções...somente com a razão. Percebi que quero vencer essa apatia que tomou conta do meu ser...mas não tenho forças para lutar. Muitas vezes sinto a esperança e a alegria de tentar recomeçar. Mas aí vem a parte física que não deixa e chama...sutilmente...a depressão. Faz um convite a inércia e ao desanimo, que sempre acabam aceitando. E eu prossigo me odiando cada vez mais...
A BUSCA. Essa seria a solução. Buscar algo dentro e fora de mim. Mas o que? Nem eu sei...só sinto que a simplicidade é o grande segredo.
Pra variar, meu filho perdeu o ano por faltas. Já aceitei o fato...É o quinto ano perdido, logo ele tão cheio de sonhos e atitudes. Mas como mãe fiz e faço de tudo, não posso e nem devo me culpar pela preguiça e falta de iniciativa dele (e da minha filha também). Ofereci as ferramentas, tentei que fossem as melhores. Só que eles não são mais crianças (18 e 16 anos). Vejo o quanto minha filha sofre pelo tempo perdido e a solidão dela aos 18 anos. Perspectivas fracas...vontade nenhuma. Mas são eles que terão de conviver com isso (eu sempre estarei presente)...assim como eu convivi e ainda convivo com os meus pesadelos e fantasmas.
Tentarei não passar tanto tempo sem escrever. Esse diário está sendo uma verdadeira terapia para mim...já que consigo exteriorizar os sentimentos que nunca coloquei pra fora...consigo ser sincera...e pensar com a razão.
B.A
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